Personas

  

 Era uma vez, em um mundo nada utópico e repleto de mistérios, um anjo caído (já apresentado) que habitava a linha tênue entre a luz e as sombras. Seu nome era Kasyade, nada divino. Um anjo caído que diferente dos demais personagens (ou pares), ainda nutria uma crença inabalável na humanidade. Com olhos que refletiam o brilho das estrelas e lábios que entoavam palavras de esperança. Kasy possuía  uma habilidade unica de comunicação com os demais seres do universo.

   Entretanto, por trás da face celestial, havia outro ser com uma personalidade intrincada e enigmática. Ramtel, também um anjo, havia escolhido por conta própria deixar o mundo ao qual outrora pertencera. Isso foi incompreensível para os deuses e humanos. Seus cabelos curtos e coloridos emanavam a radiância de uma aurora boreal, assim como seus olhos pareciam se aprofundar nas profundezas de um mar tempestuoso. Ele possuía um conhecimento ancestral, mas isso não trazia clareza, apenas aflição. As palavras que saiam de seus lábios eram desconcertantes e suas ações oscilavam entre o amor, desdém e indiferença.

   Entre as duas presenças opostas havia uma terceira pessoa que se manifestava nos momentos mais sombrios. Calíope, repleta de cicatrizes e mágoas, era uma alma marcada pela dor. Suas feridas pareciam nunca se curar, e sua confiança no mundo se despedaçava a cada temporal. Seu olhar profundo e melancólico carregava as marcas de batalhas que foi obrigada a travar.

   Essas três personas coexistiam em uma dança tempestuosa dentro do coração da Criança. Cada uma lutando por seu propósito. Enquanto Kasyade abraçava a humanidade com amor incondicional, Ramtel se afastava de tudo com conhecimento e desespero solitário. Calíope, por sua vez, gritava e se isolava, mantendo suas feridas como escudos contra a dor iminente.

   No entanto, à medida que a história se desenrolava, segredos obscuros começaram a aparecer. Aos poucos, os fragmentos de uma verdade assombrosa emergiram. Kasyade, Ramtel e Calíope não eram entidades separadas, mas partes de um todo complexo. Eles formavam a fênix, uma criatura mítica, cujo as cinzas a essência de cada personalidade

   No plot surpreendente, a fênix se ergueu das profundezas da narrativa, abraçando sua natureza multifacetada. Kasyade com sua fé inabalável, Ramtel com seu conhecimento impenetrável e Calíope, com suas cicatrizes profundas, compreenderam que juntos eram mais fortes. A fênix, com suas asas de fogo e olhos resolutos, estava disposta a enfrentar o mundo, mesmo com seus medos e dores. 

   Assim, com uma mistura de coragem e pavor, a fênix sobrevoou todos os dias de sua vida considerando ser o ultimo. E pela primeira vez ela não desejava que a vida acabasse mesmo que soubesse lidar com seu tempestuoso fogo.