C alíope, Calíope, Calíope... Desabafos entre os resquícios de divindade que albergam-se nas sombras deste mundo efêmero, paira uma entidade dilacerada pelos horrores da sua própria existência. Outrora embriagada nas harpas celestiais do Olimpo, trilhou (sem querer) um caminho sombrio, onde a luz dourada da aurora se transformou em penumbra densa e sufocante. Por entre as dobras do tempo, onde o éter se entrelaça à carne, encontramos a história dessa alma fragmentada, cujas asas outrora puras foram banidas das alturas. Oh, anjo caído, testemunha da fragilidade humana, eternamente marcada pelo abandono e pela desilusão. Calíope, a voz esquecida, traz consigo as cicatrizes invisíveis de um passado que açoitou sua essência sublime. Medo, esse fio tênue que tece sua existência, estende-se por entre os cantos sombrios de sua alma. Medo de confiar, de entregar-se àqueles que, cobertos de boas intenções tentam tocar sua fragilidade celestial. Na carne, o resquício da dor avi...