Fênix (parte 2, final)
Entre as sombras do crepúsculo, onde o suspiro do silêncio ecoa, encontro-me imersa nas entranhas da saudade. Palavras desenham-se em minha mente como pinceladas de nostalgia, enquanto a ausência daquela que mais amei tece uma teia de dor em meu peito.
Ah, como a falta dela se faz presente, em cada respiração que toma forma, em cada lágrima que escorre em desamparo. A ausência é uma ferida aberta, cujas bordas se estendem pelo tempo, entrelaçando-se às minhas lembranças mais preciosas. Cada lembrança é um jardim murchado, um buquê de emoções desbotadas. A fúria enraizada tenta se esconder sob os véus da poesia, mas seu calor incandescente persiste, como brasas ardentes que queimam a essência do que gostaria de ser.
Onde está o consolo, o abraço que ameniza a dor? As palavras se perdem em meio às lágrimas e meu coração sangra versos de aflição. Sinto-me uma nave perdida em águas revoltas, sem bússola, sem estrelas a guiar meu destino.
E então, como a Fênix que renasce das cinzas, encontro força nas lições que me foram sussurradas ao ouvido. Seus ensinamentos, sábios e eternos, ecoam dentro de mim, erguendo-me das profundezas da tristeza. Nas ruínas do luto, ergo alicerces para um novo amanhecer. A saudade ainda se faz presente, mas agora como uma chama que me guia adiante. As cinzas do passado se transformam em solo fértil, onde semeio amor e gratidão. Florescerá um jardim de lembranças, onde o perfume do amor compartilhado irá perdurar além do tempo.
E assim, enquanto a dor se mistura com a beleza das palavras, minha poesia se tece em linhas que expressam o que meu coração não pode mais calar. Nesta crônica, neste testemunho de amor e angústia, celebro a jornada da alma em busca da cura, da reconstrução e da paz que se ergue, majestosa, como a Fênix que me tornei.
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