Caçada das bruxas

Em um emaranhado de emoções e desejos, encontro-me imersa na encruzilhada das palavras. Como poetisa dos sentimentos, sinto-me desafiada a dar voz a um encontro improvável, que transcende a norma e ousa desafiar tudo em volta. Permitam-me, então, guiar-vos por um turbilhão de sensações.

É no profundo abismo da alma que borboletas inquietas encontram morada. Uma dança efêmera, frenética e bela, que se manifesta em cada batida descompassada de uma música. Então, encontro-me de formas diversas, capacitadas à cada olhar que, como estrelas em constelação, iluminam o firmamento de minha existência.

Elas são como a fusão de duas melodias, entrelaçadas em uma sinfonia única. A doçura de suas vozes, a intensidade de seus olhares, desencadeiam uma sinestesia de sensações com energia suficiente para iluminar um continente inteiro. É como se cada palavra ou gesto delas fosse um verso escrito por Vinícius de Moraes, traçando linhas invisíveis que conectam nossos caminhos.

Contudo, paira sobre nós uma sombra, uma nuvem de incompreensão que emana da insegurança, medo ou até da incompreensão do que está acontecendo. O mundo, muitas vezes míope em sua visão do amor, ergue barreiras e arquiteta muros que tentam aprisionar nossa essência livre. O julgamento alheio, o estigma do diferente, tentam roubar-nos a coragem de viver plenamente.

Mas eu, em minha determinação inabalável, enfrento os vendavais do sentir. Não me permitirei, mais uma vez ser quem não sou, pois aprendi com ela que minha intensidade e meus átomos são únicos. Por que eu deveria ser diferente contigo? São os faróis que guiam meus passos firmes durante as neblinas.

Elas são a dualidade perfeita, assim como também são partituras sobrepostas que emitem a mesma melodia. Como? Cada uma, em sua singularidade, traz consigo uma essência que me arrebata e, mais uma vez, apesar de tantas palavras mal sei explicar. Ambas com sua serenidade e sabedoria concedem-me inspiração. Uma tríade almas intrépidas... quem sabe dispostas a transgredir as fronteiras do convencional e criar possibilidades ou teorias novas.

E quando o sol se pôr e o manto estrelado cobrir os céus, ainda quero pensar nas palavras proferidas por ambas desde o inicio. Que comece a caça às bruxas! Ou melhor, que comece a caça das bruxas!

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