Há de existir, não há, nem "a" de ousar aparecer.
-Em uma conversa qualquer, um dia qualquer e uma ocasião qualquer, enquanto pedia ajuda à minha sobrinha...
-Aqui. Coloque aqui, por favor! Talvez um pouco mais à direita, quem sabe.
-Mas para que tanta importância em pendurar um quadro sem graça na parede, tia? Disse Ana em tom cansado e desanimado.
-Não é só um quadro, meu amor. É um quadro comprado na loja de presentes da esquina da JK com a Under.
-Tia, minha mãe conta que há mais de 30 anos não existem lojas naquela área. É uma dessas histórias empoeiradas que contam aqueles canais dos anos 2000? Com o olhar perdido esperando por algum conto antigo ou histórias de pescador.
-Quase isso. É um quadro com um desenho do pequeno príncipe. Um dia foi dado à alguém muito importante. Alguém que julguei mal por muito tempo e disse que os sonhos não valiam a pena, que eram pequenos.
-Hoje... tenho este quadro de volta. Disse eu, relembrando toda história e com aperto no coração.
-Essa pessoa morreu?
-Não! Ela colocou os sonhos em prática, colocou a vitalidade incrível e a energia maravilhosa que transbordava ao seu redor em prática! Era lindo. Linda era a forma como via o mundo. Sabe, Ana, tu não és mais uma criança e já viveu diversas paixões mas te digo uma coisa... O amor é realmente importante.
-Talvez a gente só perceba que é amor depois de ter feito tanta besteira e deixado a pessoa voar. Talvez a gente perceba que é amor quando beija a pessoa todos os dias. Mas sabe o pior? Disse eu com pesar na voz.
-Perceber que ama quando perde a pessoa para um outro alguém? Perguntou minha sobrinha em tom afirmativo.
-Não... Se é amor, é correspondido. Se é amor, está ali entre duas pessoas.
-Então, o que há de mal?
-O "mal" é amar de longe. Amar sem coragem, amar desamando. O mal é estragar o amor para não estragar um futuro de quem se ama.
-Só uma pessoa sem coração faria isso. Amar de longe. Pra quê?
-Poupar, minha sobrinha. Poupar.
-Pois bem. Coloque-o ali ao lado... Terminei
-Tia. Disse ela enquanto passava as mãos pela moldura do quadro.
-Fale...
-Como é a história do pequeno príncipe? Teus olhos brilharam de uma forma intensa. Foi da mesma forma quando falou sobre o amor, ou desamor, como quiser chamar. Enquanto levava o quadro ao local correto.
-Acredite, minha querida... Nunca li o pequeno príncipe mas sei que ele levou felicidade à milhares de leitores e o seu "esboço" levou felicidade à pessoa que mais deveria ter motivos para sorrir. E eu a amo com a intensidade do brilho de meus olhos a cada suspiro, a cada dia. Ela está aqui ao meu lado agora, ou quem sabe junto a mim. Não importa, eu a amo. Amo em silêncio como amei por mais de 40 anos. Senti que as lagrimas cairiam e as lembranças estariam presentes logo.
-E onde está essa pessoa?
-Longe. Mas isso não é conversa para o momento. Disse eu, finalizando nosso diálogo.
E o quadro foi pendurado.
Porque amar a distancia é uma das piores coisas que existe. Existe o ser, o sentimento, a paixao. Mas nao existe o contato, o carinho fisico, os beijos, os abraços. Ah, o que eu nao daria para um abraço seu agora? Para poder me sentir segura em seus braços, poder me sentir sua, totalmente sua. Porque é isso que eu sou, e o amor é o que devemos viver. Porque nada pode me impedir de amar voce, nem mesmo a distancia.
ResponderExcluirÉ realmente linda a pureza da tua alma, moça. Admirável analisar a forma como encara o sentimentalismo. Porém, por vezes desviamos os caminhos sem querer e o medo não te deixa arriscar por algo que (sinceramente não é medo da incerteza) e sim de encarar as coisas mundo a fora.
ExcluirSe tu tens capacidade de amar, tens capacidade de fazê-la feliz. Não a deixe partir. Enquanto tu está emaranhada desse tal desamor, a tua amada esta tendo uma barreira para a felicidade. Deixe de ser covarde, minha menina. Dance com os teus sonhos, ame e seja amada, partilhe felicidade, viva para a tua amada que ela viverá para você. O nosso amor é lindo, é insano!
ResponderExcluir- Respirarei lírios.