Códigos
Ela se aproximou, veio de vagar. Chegou como se não existisse nada além de mim naquele ambiente. Se eu não fosse tantos outros, diria que ela estava mesmo apaixonada. Mas é que ela, como tantas outras, só queria saciar a própria fome e depois ir embora.
Já em outra história e essa que torci para dar certo foi quando conheci ela, dona do maior acervo do mundo de corações partidos. Coração é tudo igual, sabe... Uns cansados, outros mais ainda. Imagina se fossem almas... Não machucar nem ser machucado é sempre o propósito central mas o tempo passa e um dos dois sempre tem a alma enegrecida e exposta aos talhos do amanhecer. É sempre um. Por isso os filmes acabam na metade da história. O final feliz é até a metade.
A terceira era uma lembrança. A terceira era a lembrança do que era para ter vindo e do quanto amei um porta-retratos. Não faz muito sentido para outros que possamos amar mais do que a nós mesmos outra coisa ou pessoa e cuidar dela do nosso jeito. É como semear lírios e encher de pureza o coração com flores e não seres humanos. É difícil entender que possamos realmente ser puros. É mais difícil entender ou ser?
Essa ordem não existe pois o tempo que perderia para organizar e salientar cada fato definitivamente não faria com que o entendimento fosse melhor. Qualquer tentativa pode ser inválida, a menos que haja pureza ou ódio demais em quem passa os olhos por aqui. A questão é descobrir o extremo. Mas, se tu és a pessoa normal e enquadrada nos padrões, sinta-se bem por não entender nada. Sinta-se bem por romances frustados mas sem perdas totais. Por falar de amor muito fácil ou por não falar, talvez.
Eu semeei a pureza, reguei meu jardim e adubei-o todos os dias. Não é culpa das chuvas ácidas que hoje eu semeie o ódio, apesar de muito tempo eu ter achado que era. Ignorância. Hoje minhas mãos não dão vida e a semente que em minhas mãos floresce... Seria otimo dizer que ainda há alguma. Talvez um dia os lírios floresçam novamente, mas, por hora só tenho cactos. Eles não são maus, têm espinhos e é com isso que se defendem. Como eu.
Proposta numero um: melhorar minha dicção e criar coragem de fazer o que nunca fiz. Digamos de passagem que a coragem já foi meu forte e que hoje não passo de um rato, se é que não é ofensa chama-los assim. Também não é automutilação ou auto difamação, como queiram. Não é uma chibatada de palavras e nem uma cadeira elétrica da verdade. É só a verdade. Sem castigos nem punições, fora as consequências. É, fora as consequências. A gente esquece delas e isso já é burrice. O problema é vê-las e continuar ali, em estado de choque como quando há fogo ao seu redor e não há voz nem movimento que seja produzido por ti. Não é tão difícil de acontecer que um dia tua vida não passe de uma novela mexicana barata e que tu não goste das tequilas. O álcool não é minha praia, uma pena.
Proposta numero dois: Como cada um identifica o que é seu? Perguntar sem ao menos explicar. Mas como dito, é só para alguns desequilibrados como eu. Aos que perderam... Mais algumas doses de loucura, agressividade e tristeza diária. Antes de tudo: Eles não eram apenas cães, ele não era apenas um pássaro, ele não era insignificante, ela não era dispensável e ela não era apenas uma hamster. Nada é apenas algo. Até que possamos não apenas aumentar a fonte e sim minha capacidade de decisão.
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