Nada anormal


Era 20 de julho quando ela percebeu que viveu 20 anos de uma vida vaga. Era 20 de julho quando o mundo desabou sobre ela.
Um amor... era isso o que faltava. E em 20 de julho, seus olhos se cruzaram pela primeira vez.
Era intenso como sorriam ao se ver todos os dias e como podiam tornar racional um sentimento tão frágil. E ao final de tudo, ela sequer terminou de contar sua história, apenas questionou:
- Como manter o amor proibido, uma paixão que sufoca e um vício naqueles belos olhos? Então entregou apenas um trecho de pensamentos. 
Fogo!
Fogo, eu disse!
É chama que sai de mim
Queima
Rasga
Afoga, fogo.
Quero que lembre de mim ao olhar para as estrelas...
Afoga
Afaga
Apaga!
Eu quero o teu melhor
Tudo de ti
Que em mim possa repousar
Faça ninho, passarinho.
Vem te criar.
Te recriar
E vamos aprender a voar.
Que belos olhos!
Posso navegar em teu infinito?
Tão bonito
E tão clichê quanto essa rima barata.
Amor, não te vejo mais
De tanto te admirar
Esqueci de contar
Que fomos feitos um para o outro
Dias apos de te perder
Desculpa! Eu só quero gritar...
Parei de sonhar.

Eu cai pois tentei voar.

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