Ninhos
O príncipe encantado não passa de um sapo que se transforma ao longo do tempo. Mas esse tempo é escasso, alguns anos ou meras décadas. Para quê? À medida que os passos da dança se desenvolvem, percebemos que a vida, a carreira e essa ebulição estrondosa de hormônios são tão confusos quanto textos do ensino médio e até mesmo este aqui.
Foi em um desses giros que encontrei vocês. Na verdade, em um lapso desses movimentos circulares, encontrei a emoção e também a razão. Elas estavam sempre ali, como aquela caneta que passamos horas procurando e, no descuido da exaustão e da desistência da busca, finalmente a encontramos. Poderia fazer todas as análises retóricas e utilizar clichês para me fazer compreender que um desvio pode parecer agradável, assim como o cansaço. No entanto, compreender que, ao fim das contas, o cansaço é inevitável e crucial. O problema reside em saber interpretar se esse cansaço foi bom ou ruim e se aquela caneta valeu a pena. E ainda vale.
Parei de rodopiar no dia em que fiz uma reflexão honesta sobre coisas cotidianas, como essa busca incessante pela caneta. Cheguei a cogitar que existem tantas outras canetas para escrever meus versos, sejam elas de ponta fina, ponta grossa, azul, vermelha e por aí vai. Mas eis o maior fato de todos: eu amo a caneta, aquelas canetas.
Às vezes, cabe considerarmos que existem outros modos de escrever, caso esteja demorando demais para encontrar a caneta. Basta viver novas experiências para que textos cada dia mais incríveis possam surgir. Não há uma fórmula exata, apenas o amor próprio e o desejo de buscar algo. Prefiro que pensem nisso como felicidade, não como a presença de alguém, pois ao longo de todo esse tempo e em todas as anotações que já fiz, posso tentar compartilhar aqui que o amor só será incrível com o outro quando estiver enraizado em você mesma.
Somos todos pássaros em busca de um ninho.
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