15 dias

    Por dias consegui ver-me dentro de um mundo novo, de uma história nova onde imaginei toda essa dor indo embora. Simplesmente indo.
Houveram dias onde a dor simplesmente tornou-se nula. Dias em que a paz e o sorriso conseguiram sobrepor-se, vir, acima de tudo, com motivo ou não. Mas e hoje? Por que logo hoje? Ah, ok, poderia ser em qualquer outro dias, mas o que eu quero dizer é que eu não queria que o sentimento ruim voltasse. Queria acabar com toda essa angustia, esse cansaço e... É pedir demais, até aí? Pois bem, é o que parece. É realmente cansativo viver de imagens ou tentar fingir que nada vai te afetar, porque dói. Dói de verdade todas as vezes em que sorrio após uma piada de mau gosto, ou, quem sabe de ignorar sempre as crises por estar em público. 
    A base é um passo em falso, um deslize, assim como areia movediça, o copo transborda e já foi esvaziado inúmeras vezes. Assim como começa, simplesmente pode terminar sem motivos, pode vir e voltar em lágrimas, em desespero ou em um passe de mágicas. Quem volta? Outro que também volta é o passado, porém, o passado onde não há algo bom, a parte desarmônica da existência. Por quê?
    Ele volta todas as noites, todas as manhãs, em todos os momentos onde encontro-me comigo mesma, onde não haverá alguém para que os braços possam ser, talvez, o que possa proteger-me. Por quê? Não! Eu não quero mais lembrar, eu não quero mais sentir como se ainda fosse hoje. Eu não quero mais ler pessoas falando sobre o amor ser o pior problema do mundo. O amor constrói. Há algo pior, algo muito mais devastador e que as vezes gostaria que fosse feito de amor e não de lembranças presentes dessa forma. É complicado.
    Odeio desabafos.

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