E ra um dia qualquer, sabe? Como qualquer outro setembro desses meus vinte anos. Ramtel pousou ao meu lado um tanto sorridente por ter adquirido suas novas asas mas sua feição ainda mostrava descontentamento. Quando o questionei, notei que seu olhar foi direto ao chão e, logo após, uma lágrima escorreu. Quis indagá-lo mais uma vez, mas algo dizia que aquele não era o momento. Ramtel seguiu fazendo seu trabalho e eu o meu. Cada dia que passava, o mundo parecia menos colorido para mim. Talvez eu devesse prestar mais atenção nisso, mas o fato é que me preocupar em achar que posso me dar ao luxo da preocupação comigo mesma foge da minha linha de conforto. Que linha? Tu pode estar se questionando. Mas é uma linha da qual sequer lembro quando tracei. É uma linha que paira como uma corda, um nó de forca em uma arvore qualquer. De pitangueiras. Mais uma vez, ao fim do dia, Ramtel sentou-se ao meu lado e conversamos sobre como as ...