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Mostrando postagens de 2017

Aurora

      E ra um dia qualquer, sabe? Como qualquer outro setembro desses meus vinte anos. Ramtel pousou ao meu lado um tanto sorridente por ter adquirido suas novas asas mas sua feição ainda mostrava descontentamento. Quando o questionei, notei que seu olhar foi direto ao chão e, logo após, uma lágrima escorreu. Quis indagá-lo mais uma vez, mas algo dizia que aquele não era o momento.      Ramtel seguiu fazendo seu trabalho e eu o meu. Cada dia que passava, o mundo parecia menos colorido para mim. Talvez eu devesse prestar mais atenção nisso, mas o fato é que me preocupar em achar que posso me dar ao luxo da preocupação comigo mesma foge da minha linha de conforto. Que linha? Tu pode estar se questionando. Mas é uma linha da qual sequer lembro quando tracei. É uma linha que paira como uma corda, um nó de forca em uma arvore qualquer. De pitangueiras.      Mais uma vez, ao fim do dia, Ramtel sentou-se ao meu lado e conversamos sobre como as ...

Therese Belivet

Quando ela vem, Seja as três da tarde ou no meio de uma madrugada chuvosa Minha felicidade é sempre exata. Precisa. Preciso. Não de ti, Mas da combinação que nossos corpos formam. Da reação química que teu toque provoca em mim. Do arrepio na nuca com aquele beijo no pescoço. Do orgulho de andar de mãos dadas em todo canto. Das besteiras que jogamos ao vento. Dos diálogos que conseguimos construir E de toda desconstrução que teu ser Tão limpo, Tão puro, Provoca no meu... Logo eu, Cheia de traumas, Inseguranças, Maldade. Fui ter a sorte de te encontrar. Reencontrar. Re-reencontrar. E lá vamos nós... Nosso trem chegou, amor!

Um mar incerto.

     Há tanto tempo o vazio está aqui que já não sei bem como começar ou terminar algo. Talvez eu pense e repense as coisas uma série de vezes e não consiga chegar a conclusão nenhuma, mesmo as cobrando de todos ao meu redor. Conclusões. Pois então, algumas vezes estas são necessárias... Seja com ou sem ordem gramatical ou qualquer regra para organização e melhor entendimento.

O ultimo voo.

D e fato, foi assustador Eu posso garantir que te vi voando Era como um anjo... Delicada, suave e talvez Só talvez A mais bonita sombra que meus olhos puderam vislumbrar. Mas era cruel consigo mesma. Era cruel em suas cobranças. Seus traumas não a deixavam seguir. Por isso voou... Se matou. Suicidou. Pediu para qualquer alma, entidade ou deus que tivesse piedade. Ou talvez pena do fracasso que acreditava ter sido. Ela justificou tudo com a falta de poder sobre todas as coisas que lhe machucavam O mundo lá fora era cruel também, sabe? As promessas feitas a ela ao longo da vida foram vagas, Falhas, Mentirosas... Os sentimentos do mundo mudavam e ela seguia Amando Acreditava amar demais em um mundo confuso. Liquido. Mas ninguém descobriu o que de fato a matou. De fato, ela estava morta por dentro mas perambulando por ai.   

Nosso problema.

O problema é esse tal problema Que a gente insiste em dizer que tem Quando na verdade É tudo medo É só medo. É medo do amanhã Medo do acordar Medo de não ser feliz Quando se sabe que é Mas também tem aquela história De que ser for pra ser, será Mas como será se tu não souber se é? Será que pode ser sem ser E com um só ser? Mas teu coração é feito primavera Hora acorda quente Hora um pólo norte Ou seria Sul? De qualquer forma, Teu coração tem a forma perfeita Pra encaixar naquilo que eu reservei Tem a tua silhueta O teu contraste E te espera. Até quando? E lá vamos nós... “ Se for pra ser, que não seja com um só ser. Mas que seja por inteiro”

Lírio Laranja.

P ensei em te escrever sobre os lírios nesta noite fria.  Pois bem, começarei pela parte em que não vim rimar Nem ser um clichê Tão menos vim te falar de coisas belas, Além de ti, é claro. Mas da forma que vim falar Não foi para ser bonito Para satisfazer teu ego Vim apenas te trazer lírios Quais? Não vim dar um tom bíblico trazendo lírios brancos Eu quero  Ah, sabe quais eu quero? Os lírios de pétalas laranja Não quero só a pureza Quero tudo que teu ser puder exalar. Então, depois desse monologo apresentado para minha propria mente Pedi que a moça da floricultura Trouxesse-me os lírios de pétalas laranja. Não soube dizer se eram para alguém Eram apenas lírios. Um lindo lírio laranja.

Nem um amor raso.

E u sou a imensidão, meu bem! Eu quero a gota d'agua O cabelo bagunçado A tentativa de esconder o sorriso O jeito desajeitado ao ficar de mãos dadas Eu quero aquele sorriso, sabe? Aquele que não consegui esconder. Eu quero a erupção de um vulcão Afinal, eu sou esse vulcão.

Crisálida

Nota sobre um desconcerto

Kasyade

    " E la está ali. Estudando. Seus belos olhos castanhos ficam ainda maiores atrás daquele óculos vintage marrom com azul que ela usa. Meio esquisito, confesso. Mas tão lindo, pois combina com ela. Combina com sua essência e com aquela energia dourada, meio amarela, sabe? Aquela energia que ela joga pro mundo e eu sequer consigo entender sua força quando está perto de mim. Ah, meu amigo, ela tem uma energia fora do normal. Ah, eu suspiraria por horas pensando em todo o bem que ela me causa, e em tudo o que ela me trás... "Ah, se eu pudesse ter te conhecido antes" lembra de quantas vezes pronunciei isso e tu simplesmente disse que nos conhecemos na hora certa e no momento certo? Foram muitas. Lembra de quantas vezes pedi a um Deus ou qualquer outra coisa que pudesse te trazer para perto no momento de uma crise minha? Lembra de quantas vezes quis te ter em minha casa, minha cama? Nos meus braços, amor.... Quantas vezes.

Em primeira pessoa.

    S abe, amor... Comecei a pensar e vi que nossa história era uma tão fora do padrão.Tudo era muito rápido, desconexo e louco. Então parei para refletir se não me afobei sobre esse sentimento e tudo o que tem acontecido. Então muitas coisas vieram a tona, por exemplo, como me senti da primeira vez em que te vi pessoalmente. Aquele nervosismo por mal saber te chamar pelo nome e também não me sentir confortável ao te chamar por um apelido. Meu pensamento era "ô, menina complicada" mal sabia eu que não tinha nem ideia do quão complicada era? Já mencionei amar um quebra-cabeça ou aqueles jogos de enigmas?     Voltei a pensar como foi na segunda vez que nos vimos, nas seguintes e a imensidão de coisas que se deram nesse meio tempo. Também andei pensando e acho que aquela tentativa de me afastar de tudo não foi consciente, apesar de no momento eu realmente acreditar que era esse o melhor. Eu acho isso hoje, ou achei aquele dia mesmo? Odeio essa mania achar tanto e p...

Vinte e quatro horas.

C ontabilizei os mortos e foram sete ao total. A bagunça foi tanta que naquela noite sequer recordo de metade da história. Mas podemos começar de onde lembro... Então comecemos pelo princípio e que caia sobre nós o dilúvio das verdades que nunca foram ditas! Ah, a bagunça sentimental era vomitada após todas as refeições e o escroto impresso no final do dia com marcas de sangue nas paredes e até aquelas fotos reveladas do maldito passado que qualquer um negaria ter: o meu.           Vinte e quatro horas antes estava tudo bem, mas é sempre assim. A magoa, dúvida, dor e a confusão podem ter gerado tudo isso mas preciso ser sincera e dizer que não sei quais eram os pensamentos no momento. Parecia uma briga. Meus punhos ardiam por alguns socos e sangue seco estava espalhado, mas nunca era intenção realizar isso. Tenho cinco segundos para pensar e usei três para agir. Para destruir, destroçar e desesperar os olhos de um amor que deveria fugir. E disse: Deves fugir ...

Sanidade é um sopro de vida.

    C oragem é uma palavra forte e quando a gente esquece o sentido dela, parece que nunca existiu. Eu não posso afirmar que ela tenha ido embora ou que simplesmente não tenha existido. Mas nesse momento eu desconheço seu significado. O maior problema é simplesmente desconhecer certas emoções por um curto ou médio prazo e depois tudo ficar normal como se simplesmente estivesse melhor. É aquela coisa tipo: Tá tudo bem. Não tá mais. Tá tudo bem de novo. Opa, olha um caos vindo ali de novo. 

Fênix.

E u nasci ave.