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Mostrando postagens de 2023

Genética [Parte 1]

E ra uma tarde chuvosa na Inglaterra, e o ar estava carregado com a energia das tempestades iminentes. Dois adolescentes, Alex e Lily, voltavam para casa em um ônibus escolar, ansiosos pelo fim de semana. Ambos tinham um interesse profundo pela mitologia greco-romana, sempre fascinados pelos antigos deuses e suas histórias. Enquanto o ônibus percorria as ruas movimentadas da cidade, um estrondo alto ecoou no ar. O motorista perdeu o controle do veículo, colidindo violentamente com um carro em uma interseção. O mundo parecia desacelerar enquanto o ônibus rodopiava, virando de cabeça para baixo. Gritos de pânico ecoaram pelos corredores. Em meio ao caos, Alex e Lily se encontraram. Seus olhares se cruzaram, e num instante, o tempo pareceu parar. Como se estivessem em um sonho, eles viram flashes de suas vidas passarem diante de seus olhos, imagens que não podiam ser suas, mas sentiam uma conexão profunda com elas. Quando a poeira assentou, Alex e Lily emergiram dos destroços do ônibus. E...

Olhos castanhos

H oje lhes contarei sobre a mulher de olhos castanhos, cuja beleza era magnífica. Seus cabelos ondulados e castanhos caiam em cascata sobre seus ombros, destacando-se como um maravilhoso quadro ao redor de seu rosto. Seu jeito de ser era encantador, sempre irradiando doçura e amorosidade para todos ao seu redor. Outra mulher, apesar de ser um ser humano instável, era apaixonada pela ciência. Passava horas imersa em estudos, tentando desvendar os mistérios do mundo e da natureza que a cercavam. Ela se dedicava com fervor à compreensão das leis que regiam o universo. Em meio a suas pesquisas e experimentos, ela se deparou com um enigma pessoal: o amor que sentia por outra mulher. Essa paixão a arrebatava de tal forma que ela não conseguia compreender suas origens. Buscava explicações racionais, teorias científicas que pudessem decifrar a causa desse sentimento tão intenso. Mas, por mais que mergulhasse em estudos e se aprofundasse em conhecimento, essa mulher cientista percebeu que o amo...

Personas

    Era uma vez, em um mundo nada utópico e repleto de mistérios, um anjo caído (já apresentado) que habitava a linha tênue  entre a luz e as sombras. Seu nome era Kasyade, nada divino. Um anjo caído  que diferente dos demais personagens (ou pares), ainda nutria uma crença inabalável na humanidade. Com olhos que refletiam o brilho das estrelas e lábios que entoavam palavras de esperança. Kasy possuía  uma habilidade unica de comunicação com os demais seres do universo.    Entretanto, por trás da face celestial, havia outro ser com uma personalidade intrincada e enigmática. Ramtel, também um anjo, havia escolhido por conta própria deixar o mundo ao qual outrora pertencera. Isso foi incompreensível para os deuses e humanos. Seus cabelos curtos e coloridos emanavam a radiância de uma aurora boreal, assim como seus olhos pareciam se aprofundar nas profundezas de um mar tempestuoso. Ele possuía um conhecimento ancestral, mas isso não trazia clareza, ap...

Cali

   C alíope, Calíope, Calíope... Desabafos entre os resquícios de divindade que albergam-se nas sombras deste mundo efêmero, paira uma entidade dilacerada pelos horrores da sua própria existência. Outrora embriagada nas harpas celestiais do Olimpo, trilhou (sem querer) um caminho sombrio, onde a luz dourada da aurora se transformou em penumbra densa e sufocante. Por entre as dobras do tempo, onde o éter se entrelaça à carne, encontramos a história dessa alma fragmentada, cujas asas outrora puras foram banidas das alturas. Oh, anjo caído, testemunha da fragilidade humana, eternamente marcada pelo abandono e pela desilusão. Calíope, a voz esquecida, traz consigo as cicatrizes invisíveis de um passado que açoitou sua essência sublime. Medo, esse fio tênue que tece sua existência, estende-se por entre os cantos sombrios de sua alma. Medo de confiar, de entregar-se àqueles que, cobertos de boas intenções tentam tocar sua fragilidade celestial. Na carne, o resquício da dor avi...

Fênix (parte 2, final)

E ntre as sombras do crepúsculo, onde o suspiro do silêncio ecoa, encontro-me imersa nas entranhas da saudade. Palavras desenham-se em minha mente como pinceladas de nostalgia, enquanto a ausência daquela que mais amei tece uma teia de dor em meu peito. Ah, como a falta dela se faz presente, em cada respiração que toma forma, em cada lágrima que escorre em desamparo. A ausência é uma ferida aberta, cujas bordas se estendem pelo tempo, entrelaçando-se às minhas lembranças mais preciosas. Cada lembrança é um jardim murchado, um buquê de emoções desbotadas. A fúria enraizada tenta se esconder sob os véus da poesia, mas seu calor incandescente persiste, como brasas ardentes que queimam a essência do que gostaria de ser. Onde está o consolo, o abraço que ameniza a dor? As palavras se perdem em meio às lágrimas e meu coração sangra versos de aflição. Sinto-me uma nave perdida em águas revoltas, sem bússola, sem estrelas a guiar meu destino. E então, como a Fênix que renasce das cinzas, encon...

Caçada das bruxas

E m um emaranhado de emoções e desejos, encontro-me imersa na encruzilhada das palavras. Como poetisa dos sentimentos, sinto-me desafiada a dar voz a um encontro improvável, que transcende a norma e ousa desafiar tudo em volta. Permitam-me, então, guiar-vos por um turbilhão de sensações. É no profundo abismo da alma que borboletas inquietas encontram morada. Uma dança efêmera, frenética e bela, que se manifesta em cada batida descompassada de uma música. Então, encontro-me de formas diversas, capacitadas à cada olhar que, como estrelas em constelação, iluminam o firmamento de minha existência. Elas são como a fusão de duas melodias, entrelaçadas em uma sinfonia única. A doçura de suas vozes, a intensidade de seus olhares, desencadeiam uma sinestesia de sensações com energia suficiente para iluminar um continente inteiro. É como se cada palavra ou gesto delas fosse um verso escrito por Vinícius de Moraes, traçando linhas invisíveis que conectam nossos caminhos. Contudo, paira sobre nós ...

Ninhos

  R odopiei incessantemente ao longo de toda a minha vida, literalmente. Sempre perambulando em círculos, iludida com a ideia de alcançar um lugar especial. Esse lugar, prometido tantas vezes pelo amanhã, muitas vezes pensei tê-lo encontrado envolto em paixões e amores confusos e efêmeros. Planos, família e ganhar muito dinheiro... Ser bailarina, ter uma banda famosa, ser veterinária e, de forma irônica, o sonho do amor "perfeito" (o amor perfeito é uma mera criação/utopia). O príncipe encantado não passa de um sapo que se transforma ao longo do tempo. Mas esse tempo é escasso, alguns anos ou meras décadas. Para quê? À medida que os passos da dança se desenvolvem, percebemos que a vida, a carreira e essa ebulição estrondosa de hormônios são tão confusos quanto textos do ensino médio e até mesmo este aqui. Foi em um desses giros que encontrei vocês. Na verdade, em um lapso desses movimentos circulares, encontrei a emoção e também a razão. Elas estavam sempre ali, como aquela c...

Frutos

        E u pude conhecer um tipo de pessoa nova nascer. Eu poderia dizer que é a ela a quem me refiro Mas nesse meio tempo estou aprendendo a me conhecer E eu pude ver florescer Uma coisa tão boa aqui dentro Sem pretensões Intenções E nem promessas de amor perfeito Aqui dentro floresceu o que não pude definir É uma arvore frutífera  Que não tem estação definida Ela dá seus frutos para os seres de bom coração.

Quebra rochas

  O mundo pode ser um lugar terrível, um verdadeiro inferno na terra. Uma criança, que deveria ser protegida e amada, pode experimentar a pior forma de crueldade e violência que existe. A inocência é roubada e a vontade de viver é sugada pelo terror e pela dor que ela sente. Durante oito anos, essa criança viveu a dor que não pode ser expressa em palavras. Uma dor que é tão profunda que a mente simplesmente não consegue processá-la. Ela se sentia desesperada, sem esperança, sem qualquer resquício de alegria ou felicidade. A culpa era sua companheira constante, mesmo que ela não tivesse culpa de nada.

A história de Kasiade | Parte 1

K asíade era o anjo preferido de Zeus. Tudo seguiu em “ordem” por centenas de anos, até que ele conheceu Kya enquanto saia escondido do Olimpo para entender os mortais. Fascinado por sua beleza e seus olhos castanhos, o anjo se apaixonou. Porém, a paixão o trouxe consequências. Um dia, enquanto Kasíade estava indo aconselhar-se com Delfos um encontro inesperado acontece. Zeus, o poderoso Deus do Olimpo estava o esperando próximo o bastante para que ele sequer pudesse pensar em fugir. Ele olhou para Kasíade com desdém e disse: “Você foi um tolo em se apaixonar por uma humana e revelar a verdade a ela. Você quebrou as regras e agora precisa suportar as consequências.” Kasíade olhou para Zeus com tristeza em seus olhos e respondeu: “Eu amava essa humana e não pude suportar a ideia de escondê-la da verdade. Eu sabia que isso iria me custar caro, mas não pude deixar de agir com o meu coração e mostrar minha verdadeira forma a ela ou até mesmo deixar que a mulher que amo fosse enganada a vid...